Todas as quintas-feiras publicamos no portal www.gestao.adv.br um artigo inédito sobre departamentos jurídicos e seus relacionamentos internos, com escritórios terceirizados e muito mais. Nos acompanhe!
Inúmeros cursos, palestras, discursos, metas, objetivos, visão, enfim, um universo de gestão, tecnologia e muita informação e as vezes o funcionário comete atos bobos, quiçá afrontosos a tudo que a empresa dissemina como verdade.
Todos sabemos, especialmente no Brasil, que exemplo parece algo dos outros, enquanto cada um faz o que melhor lhe aprouver.
Dentro das empresas isto se torna numa bagunça generalizada. Faça o que digo e não o que faço, como muitos afirmam.
Situações que vão muito além de horário, tomar chimarrão e pontos isolados.
Situações que deixam o pessoal de Compliance* loucos!
Contudo, muito além de regras, hierarquia e valores, temos os exemplos pessoais.
Vejamos este texto como reflexão:
A mãe levou seu filho ao Mahatma Gandhi e implorou:
“Por favor, Mahatma, peça ao meu filho para não comer muito açúcar, pois faz mal à saúde”.
Gandhi, depois de uma pausa, pediu:
“Traga seu filho daqui há duas semanas”.
Duas semanas depois, ela voltou com o filho. Gandhi olhou bem fundo nos olhos do garoto e disse:
“Não coma muito açúcar, pois faz mal à saúde”.
Agradecida, mas, perplexa, a mulher perguntou:
“Por que me pediu duas semanas? Podia ter dito a mesma coisa antes!”
E Gandhi respondeu:
“Há duas semanas, eu estava comendo açúcar. Não posso exigir dos outros aquilo que não pratico”.
Podemos exigir de nossos subordinados exatamente aquilo que estamos praticando?
Por falar em exemplo, a Zero Hora publicou uma reportagem de Marcelo Gonzatto que merece destaque (separei alguns trechos):
Quando falta gentilezaNova lei para garantir assento a idosos em Porto Alegre provoca debate sobre necessidade de haver regras de boa convivênciaCeder o assento a um idoso, recolher o cocô do cachorro e não importunar o vizinho com música no volume máximo são exemplos de regras de convivência que o simples bom senso manda obedecer. No Brasil, viram leis em uma tentativa de garantir seu cumprimento – como a norma que entrou em vigor esta semana na Capital para forçar o respeito à reserva de lugares nos ônibus.Mesmo assim, são diariamente ignoradas e desafiam especialistas de diferentes áreas a explicar por que a gentileza depende de regulamentação no país.Na segunda-feira, entrou em vigor na Capital uma nova lei para forçar o cumprimento do que já era previsto na legislação: a preferência nos assentos de transporte coletivo para idosos, gestantes e pessoas com deficiência. Agora, motoristas e cobradores deverão exigir a obediência dos passageiros sob pena de autuação e multa das empresas. Para isso, estão orientados a parar o veículo e até a chamar a Brigada Militar para alcançar o que apenas a boa educação já deveria garantir. Mas por que é preciso a chegar a esse ponto em metrópoles como Porto Alegre?O antropólogo Roberto DaMatta afirma que a falta de educação refletida em situações cotidianas como o desrespeito às filas e a irresponsabilidade no trânsito está entranhada na sociedade. Segundo ele, pesquisas demonstram que a população brasileira vê como “otário” quem cumpre rigorosamente as normas. As origens desse tipo de distorção estão enraizadas na história.– Em um país que teve escravidão até anteontem, só quem seguia normas eram os escravos, que levavam porrada. Por isso, até hoje consideramos cumprir regras uma babaquice – avalia DaMatta, 76 anos, que costuma ver engravatados de 40 anos cortando sua frente em filas de aeroporto quando o alto-falante convoca os idosos a embarcar com prioridade.Outro problema, segundo o antropólogo, é que essa herança nefasta é reforçada por maus exemplos que vêm de cima.(…)
Para a filósofa Cecília Pires, a solução para esse tipo de problema é complexa e exige mais do que simplesmente criar novas leis:– Pelo conjunto de leis que já temos, deveríamos viver da maneira mais harmoniosa possível no Brasil. Mas não é o que se vê.Cecília acredita que a solução para o problema coletivo é, na verdade, individual:– Precisamos de uma revolução ética dentro de cada um.Marcelo Gonzatto – Zero Hora, 27 de março de 2013 – Fonte:http://www.antp.org.br/website/noticias/show.asp?npgCode=1E49CBF1-3D3C-404D-8D36-F3D3073D29C3 (grifo nosso)
Penso como Cecília Pires: Precisamos mudar a si em primeiro lugar. Depois, precisamos de regras que reforcem a punição em caso de descumprimento. Ainda, precisamos de fiscalização. E, lógico, precisamos ter a clareza de quem não se adapta que saia fora, ou como diz o Capitão Nascimento: Que peça pra sair!
Uma empresa tem seus valores, condutas e principalmente regras. Seus líderes sabem disto e devem a todo custo agir como Ghandi: Viver, respirar, exercer estes valores para que seus subordinados possam segui-los com a mente aberta e conduta ilibada.
Com uma liderança exemplar assim, o pessoal de Compliance* pode ficar sossegado
Sejamos a mudança que queremos ver no mundo! (Ghandi)
Que nosso exemplo seja a verdade que exercermos na revolução de cada dia a dia, afirmo eu.
* Compliance é o conjunto de disciplinas para fazer cumprir as normas legais e regulamentares, as políticas e as diretrizes estabelecidas para o negócio e para as atividades da instituição ou empresa, bem como evitar, detectar e tratar qualquer desvio ou inconformidade que possa ocorrer (http://pt.wikipedia.org/wiki/Compliance).
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Artigo escrito por Gustavo Rocha – Sócio da Consultoria GestãoAdvBr
www.gestao.adv.br | gustavo@gestao.adv.br
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