quinta-feira, 11 de abril de 2013

[Departamento as quintas] Exemplos


Todas as quintas-feiras publicamos no portal www.gestao.adv.br um artigo inédito sobre departamentos jurídicos e seus relacionamentos internos, com escritórios terceirizados e muito mais. Nos acompanhe!
Você já pensou no valor dos exemplos?
Inúmeros cursos, palestras, discursos, metas, objetivos, visão, enfim, um universo de gestão, tecnologia e muita informação e as vezes o funcionário comete atos bobos, quiçá afrontosos a tudo que a empresa dissemina como verdade.
Todos sabemos, especialmente no Brasil, que exemplo parece algo dos outros, enquanto cada um faz o que melhor lhe aprouver.
Dentro das empresas isto se torna numa bagunça generalizada. Faça o que digo e não o que faço, como muitos afirmam.
Situações que vão muito além de horário, tomar chimarrão e pontos isolados.
Situações que deixam o pessoal de Compliance* loucos!
Contudo, muito além de regras, hierarquia e valores, temos os exemplos pessoais.
Vejamos este texto como reflexão:
A mãe levou seu filho ao Mahatma Gandhi e implorou:
“Por favor, Mahatma, peça ao meu filho para não comer muito açúcar, pois faz mal à saúde”.
Gandhi, depois de uma pausa, pediu:
“Traga seu filho daqui há duas semanas”.
Duas semanas depois, ela voltou com o filho. Gandhi olhou bem fundo nos olhos do garoto e disse:
“Não coma muito açúcar, pois faz mal à saúde”.
Agradecida, mas, perplexa, a mulher perguntou:
“Por que me pediu duas semanas? Podia ter dito a mesma coisa antes!”
E Gandhi respondeu:
“Há duas semanas, eu estava comendo açúcar. Não posso exigir dos outros aquilo que não pratico”.
Podemos exigir de nossos subordinados exatamente aquilo que estamos praticando?
Por falar em exemplo, a Zero Hora publicou uma reportagem de Marcelo Gonzatto que merece destaque (separei alguns trechos):

Quando falta gentileza
Nova lei para garantir assento a idosos em Porto Alegre provoca debate sobre necessidade de haver regras de boa convivência
Ceder o assento a um idoso, recolher o cocô do cachorro e não importunar o vizinho com música no volume máximo são exemplos de regras de convivência que o simples bom senso manda obedecer. No Brasil, viram leis em uma tentativa de garantir seu cumprimento – como a norma que entrou em vigor esta semana na Capital para forçar o respeito à reserva de lugares nos ônibus.
Mesmo assim, são diariamente ignoradas e desafiam especialistas de diferentes áreas a explicar por que a gentileza depende de regulamentação no país.
Na segunda-feira, entrou em vigor na Capital uma nova lei para forçar o cumprimento do que já era previsto na legislação: a preferência nos assentos de transporte coletivo para idosos, gestantes e pessoas com deficiência. Agora, motoristas e cobradores deverão exigir a obediência dos passageiros sob pena de autuação e multa das empresas. Para isso, estão orientados a parar o veículo e até a chamar a Brigada Militar para alcançar o que apenas a boa educação já deveria garantir. Mas por que é preciso a chegar a esse ponto em metrópoles como Porto Alegre?
O antropólogo Roberto DaMatta afirma que a falta de educação refletida em situações cotidianas como o desrespeito às filas e a irresponsabilidade no trânsito está entranhada na sociedade. Segundo ele, pesquisas demonstram que a população brasileira vê como “otário” quem cumpre rigorosamente as normas. As origens desse tipo de distorção estão enraizadas na história.
– Em um país que teve escravidão até anteontem, só quem seguia normas eram os escravos, que levavam porrada. Por isso, até hoje consideramos cumprir regras uma babaquice – avalia DaMatta, 76 anos, que costuma ver engravatados de 40 anos cortando sua frente em filas de aeroporto quando o alto-falante convoca os idosos a embarcar com prioridade.
Outro problema, segundo o antropólogo, é que essa herança nefasta é reforçada por maus exemplos que vêm de cima.
(…)
Para a filósofa Cecília Pires, a solução para esse tipo de problema é complexa e exige mais do que simplesmente criar novas leis:
– Pelo conjunto de leis que já temos, deveríamos viver da maneira mais harmoniosa possível no Brasil. Mas não é o que se vê.
Cecília acredita que a solução para o problema coletivo é, na verdade, individual:
– Precisamos de uma revolução ética dentro de cada um.
Marcelo Gonzatto – Zero Hora, 27 de março de 2013 – Fonte:http://www.antp.org.br/website/noticias/show.asp?npgCode=1E49CBF1-3D3C-404D-8D36-F3D3073D29C3 (grifo nosso)

Penso como Cecília Pires: Precisamos mudar a si em primeiro lugar. Depois, precisamos de regras que reforcem a punição em caso de descumprimento. Ainda, precisamos de fiscalização. E, lógico, precisamos ter a clareza de quem não se adapta que saia fora, ou como diz o Capitão Nascimento: Que peça pra sair!
Uma empresa tem seus valores, condutas e principalmente regras. Seus líderes sabem disto e devem a todo custo agir como Ghandi: Viver, respirar, exercer estes valores para que seus subordinados possam segui-los com a mente aberta e conduta ilibada.
Com uma liderança exemplar assim, o pessoal de Compliance* pode ficar sossegado ;)
Sejamos a mudança que queremos ver no mundo! (Ghandi)
Que nosso exemplo seja a verdade que exercermos na revolução de cada dia a dia, afirmo eu.

Compliance é o conjunto de disciplinas para fazer cumprir as normas legais e regulamentares, as políticas e as diretrizes estabelecidas para o negócio e para as atividades da instituição ou empresa, bem como evitar, detectar e tratar qualquer desvio ou inconformidade que possa ocorrer (http://pt.wikipedia.org/wiki/Compliance).
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Artigo escrito por Gustavo Rocha – Sócio da Consultoria GestãoAdvBr
www.gestao.adv.br  |  gustavo@gestao.adv.br

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