terça-feira, 4 de junho de 2013

Você quer ser presidente?

Quando fizemos entrevista de emprego, muitos dizem exatamente isto, quando lhe é perguntado qual o cargo que pretende chegar no negócio: Presidente.

Um misto de ambição e vontade, que sem muito trabalho, conhecimento da empresa e decisões certas pode nunca acontecer.

Em fato, não basta somente do candidato a vontade de chegar lá. Necessita que a empresa tenha isto em sua carreira, além de necessitar inclusive que o candidato tenha os requisitos necessários.

E que requisitos seriam estes?

A revista Exame.com trouxe 6 destes requisitos ditos por eles mesmos, os presidentes de suas companhias:



Diálogo


Autoridade nunca foi sinônimo de liderança e também já está perdendo o posto de sinônimo de chefia. Roberto Setubal, presidente do Itau Unibanco, destaca que a evolução natural dos costumes já exige uma adaptação clara no estilo de liderança. “Diferentemente de anos atrás, ouvir e dialogar com sua equipe tornou-se natural”, afirma.  “Tenho procurado ouvir mais. Recentemente fiz alterações no banco que foram frutos de sugestões que ouvi.”

A comunicação está no centro das atenções – principalmente a capacidade de discutir temas e alcançar consensos com a equipe, ainda que o chefe seja você. “Hoje o debate em busca da melhor solução é fundamental, vivemos sob a ´ditadura do argumento` e não mais a ´ditadura da chefia`. Quem não entender isso terá problemas crescentes”, diz. “As pessoas gostam de ser ouvidas e daí surge o diálogo, a evolução. Esse processo é extremamente rico e motivador.”

Objetividade


Objetividade e clareza das metas são as principais habilidades que Didier Tisserand, presidente da L’Oreal Brasil, considera necessária para os CEOs no Brasil. Essa clareza é pré-requisito fundamental para escolher a melhor equipe  e conseguir motivá-la na direção correta.

“As habilidades mais importantes podem ser a capacidade de reavaliar onde focar a sua energia, o que às vezes requer uma profunda mudança interna.”, diz. “Isto exige: muita humildade para avaliar o desempenho da empresa e o seu próprio desempenho como gerente; muita ambição para conduzir a empresa e uma total determinação para obter uma execução perfeita.”

Especialmente para quem atua no varejo de bens de consumo, Tisserand destaca que entender o consumidor é fundamental. “Os nossos produtos são tecnológicos, mas a sua relação com o consumidor é íntima. É por este motivo que fazemos muitas visitas à casa dos consumidores, em todos os níveis da empresa, para tentar ver como mulheres e homens vivem a sua beleza e usam os produtos em casa”, afirma.





Convicção


No cenário das startups, o maior desafio é outro. A restrição nos recursos obriga o gestor a “se virar”. Essa é a realidade de Fernando Okumura, presidente do Kekanto. “O Brasil não é o ambiente mais propício para o desenvolvimento de empresas, se não tivermos toda a convicção e toda a vontade, dificilmente vamos fazer grandes coisas com uma alavanca tão reduzida”, diz.

É justamente essa escassez de recurso que tem levado Okumura a redobrar esforços na organização de suas tarefas – a multiplicidade das atividades exercidas pelo líder requer uma cuidadosa eficiência na hora de definir prioridades. “Desempenhando múltiplas funções, algumas tarefas acabam entrando no cronograma das outras”, afirma. “É um desafio.”



Presença


A presença da liderança é, para Gilles Platford, presidente da Takeda para Oriente Médio, Turquia e África, as principal habilidade que um presidente deve trabalhar. “É preciso estar presente ao lado da equipe, para desenvolver e inspirar seu time”, afirma o executivo que liderou a operação da Takeda no Brasil até o começo deste ano. “Sem pessoas fortes e inspiradas, agindo de forma correta, sempre será difícil trazer qualquer resultado.”

Para ele, o presidente deve fazer a função de tradutor. “O ideal é compreender profundamente a complexidade dos negócios da empresa e traduzí-la para os colaboradores”, diz.



Conexão


O principal desafio dos presidentes pode estar da porta da empresa para dentro. Para Guanluca Pettiti, presidente da Life Technologies, a conexão com seus funcionários e com o mercado de trabalho pode ser determinante para o sucesso da empresa. “A evolução cultural colocou o CEO moderno em posição mais vulnerável. É preciso ser mais acessível, caso contrário ficarão presos à sua torre”, afirma. Essa conexão com seus funcionários é também um alto motivador, que traz engajamento e, naturalmente, comprometimento. “É importante se adaptar.”

Para o mercado de biotecnologia, a flexibilidade é tão importante quanto a adaptabilidade. Pettiti destaca que a evolução latino americana tem exigido jogo de cintura dos presidentes do setor. “Estão mudando as regras, mudando a concorrência e o ambiente está cada vez mais competitivo. Flexibilidade é fundamental em momentos de transição.”



Cuidado


No mercado de Tecnologia da Informação, o cuidado com a qualidade de vida dos funcionários é um sonho quase utópico. Não para Márcio Dobal, presidente do SAS, que acredita que esse olhar humano é a principal habilidade que os presidentes de empresa devem ter. “Existe uma nova geração entrando no mercado, mais envolvida com seu bem-estar e com sua liberdade. Isso ganhou relevância na escala de valor”, diz.

Aos gerentes que mais se preocupam com bem–estar cabe os times com os melhores talentos da companhia, para reter as estrelas dentro de casa. Se há algum risco em conceder tanto aos funcionários? Para ele já está na conta. “É um risco calculado, que a empresa vai perceber que é melhor correr. É possível delegar os processos e cobrar pela execução dos resultados. Evitamos estar obcecados pelo controle.”

Fonte: http://exame.abril.com.br/gestao/noticias/as-habilidades-dos-presidentes



Você percebe estas qualidades em sua carreira?

Quais delas ainda podem ser desenvolvidas?

Por óbvio não são as únicas, mas pelo calibre dos entrevistados já temos um excelente início.

Quer ser presidente?

Comece a trabalhar hoje! Não se iluda, poucos exemplos existem de presidentes de empresa ou país que não trabalharam arduamente para isto.

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Artigo escrito por Gustavo Rocha – Sócio da Consultoria GestaoAdvBr
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segunda-feira, 3 de junho de 2013

Quem é demitido? Pessoa ou função?

Quando falamos em demissão, a primeira impressão que se tem é que a pessoa é um nada no mundo, como se aquela pessoa fosse feita exclusivamente para aquele cargo e se aquele cargo não for mais seu, nada mais resta no mundo.

Deixa isto pros dramalhões mexicanos.

Há momentos que a demissão é necessária. Momentos em que o empregado perde a noção de que ele não tem um emprego, mas sim presta um serviço ao empregador.

Qual a diferença?

Quando presto um serviço ao empregador, sou atento, cumpro objetivos, sigo a filosofia da empresa, enfim, estou 100% focado e dedicado para quem estou prestando serviço.

Quando sou empregado, cumpro horário, faço o que der para ser feito, deixo pra depois, afinal, tenho todo tempo do mundo, estou empregado, tenho uma CLT para me proteger e nada me acontecerá.

Infelizmente este perfil de empregado existe aos montes. Todavia, não quer dizer que apenas o empregado pode ser demitido. Quem presta um serviço também, mas por motivos/razões diferentes.

Quem é empregado normalmente é demitido porque tem milhões iguais a ele que aceitam o mesmo emprego por um valor menor, ele não agrega tanto assim na sua função que valha a pena estar com ele, enfim, sua característica profissional faz com que ele pule de galho em galho.

Já o prestador de serviço pode estar deslocado, pode estar desmotivado, a empresa pode não reconhecer seus atributos ou seus atributos não pertencem a empresa que ele trabalha...

Nem sempre precisamos demitir, por óbvio. Aliás, sair demitindo apenas por alguns erros é burrice. Devemos demitir depois de treinarmos, reiteradas vezes alertar sobre os problemas, conversar a respeito. Demitir é caro ao negócio, custa treinar pessoas, adequar perfis dentro da equipe e selecionar alguém para tanto.

Antes de demitir, também pense na função que a pessoa exerce. Já presenciei vários casos em que trocando de função na empresa a pessoa se sobressai. Nem sempre é a pessoa o problema, as vezes é a função que ela está exercendo naquele momento.

Afinal, quem é demitido, pessoa ou função?

Depende. As vezes a pessoa, as vezes a função e em alguns casos nenhuma destas alternativas.

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Artigo escrito por Gustavo Rocha – Sócio da Consultoria GestaoAdvBr
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