quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

[Departamento as quintas] Seríamos nós, pedreiros?

Todas as quintas-feiras publicamos no portal GestãoAdvBr um artigo inédito sobre departamentos jurídicos e seus relacionamentos internos, com escritórios terceirizados e muito mais. Nos acompanhe!

No dia 13 de Dezembro comemora-se o dia do pedreiro. E o que esta profissão pode nos ensinar?
Muito. São eles os responsáveis pela construção. São eles, que tijolo a tijolo elevam casas, templos, apartamentos.
E nós, construímos o que?
Nas empresas, observamos muito a falta de visão que algumas pessoas tem naquilo que seria a base, o tijolo, o elementar de cada dia. As pessoas parecem que trabalham por trabalhar, para ganhar simplesmente o dinheiro no final do mês, sem compreender a essência da empresa.
Como progredir assim?
Como edificar algo construtivo se os tijolos são furados e o cimento virou areia?
Divido uma parábola para reflexão:

Três pedreiros

(autor desconhecido)
Uma vez um viajante, percorrendo uma estrada, deparou-se com uma obra em início de construção. Três pedreiros, com suas ferramentas, trabalhavam na fundação do que parecia ser um importante projeto. O viajante, aproximou-se curioso. Perguntou ao primeiro deles o que estava fazendo. Estou quebrando pedras, não vê? Respondeu o pedreiro. Expressava no semblante um misto de dor e sofrimento. Eu estou morrendo de trabalhar, isto aqui é um meio de morte, as minhas costas doem, minhas mãos estão esfoladas eu não suporto mais este trabalho, concluiu.
Mal satisfeito, o viajante dirigiu-se ao segundo pedreiro e repetiu a pergunta .
Estou ganhando a vida, respondeu. Não posso reclamar, pois foi o emprego que consegui. Estou conformado porque levo o pão de cada dia para minha família.
O viajante queria saber o que seria aquela construção. Perguntou então ao terceiro pedreiro: O que está você fazendo?
Este respondeu: Estou construindo uma Catedral!
Três pedreiros, três respostas diferentes para o mesmo trabalho. Cada um manifestou sua própria visão.
Para o primeiro, o serviço significava dor e sofrimento. Um sacrifício que certamente tornava a ação muito mais penosa e lhe fazia mal.
O segundo pedreiro manifestou indiferença. Estava conformado mas não realizado. O trabalho nada lhe significava e ele só o fazia por obrigação.
Já o terceiro pedreiro tinha a consciência da importância do que fazia. Desempenhava a função com orgulho e satisfação. Tinha o sentimento elevado de participar de uma grande realização, o que lhe dava muito mais força, energia, ânimo, felicidade.

Somente o terceiro pedreiro conhecia o seu objetivo, para onde estava indo. Somente ele era mestre do seu ofício, compreendendo com realidade e energia os designos da construção que tinha que fazer.
Estamos divindo nossos escopos com os funcionários? Eles sabem o que estão construindo?
Um advogado sabe o porque de fazer a defesa, o porque de defender o cliente? Mais do que isto, ele sabe a história do cliente?
Você, diretor jurídico de um departamento da empresa XXX, questione o seu terceirizado, seu funcionário, se ele conhece a história da empresa, se ele sabe o porque das coisas que ali acontecem, se ele realmente conhece para quem ele trabalha.
Isto é o mínimo, não é?
Como construir relações sólidas sem conhecimento de causa? Como querer que o templo permaneça de pé se não sabemos colocar a viga principal?
Enfim, seríamos nós, pedreiros?
Sim, somos construrores sociais, apazigadores de conflitos de mercado e principalmente somos eternos aprendizes do ofício do nosso dia a dia em busca da justiça, edificando através da teia social um caminho entre os interesses da empresa, mercado e judiciário.
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Artigo escrito por Gustavo Rocha – Sócio da Consultoria GestaoAdvBr
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